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19 Novembro, 2021
Encontros com o património
A história de Bracara Augusta é um dos temas mais apaixonantes dos bracarenses, que têm no seu passado um grande carinho e motivo de orgulho. Um rasto de tempo que atravessa e une muitas e muitas gerações. Como cidade imperial desenvolveu gradualmente importantes funções comerciais, jurídicas, religiosas, políticas e administrativas, chegando a capital da nova província da Galaecia e, nas palavras do poeta Ausónio, tornando-se numa cidade opulenta. Para acompanhar o ritmo desta cidade bimilenar importa, pois, principiar pelo ato da sua fundação, por volta do ano 16 ou 15 a.C., momento em que se atribui o nome de Bracara Augusta, a partir daí enobrecida com o nome do primeiro imperador, Augusto, e um dos povos mais poderosos da região, os Brácaros.
A Fundação Bracara Augusta, no prosseguimento da sua missão, irá nos próximos anos dar continuidade à promoção e divulgação da história e cultura, enquanto referência da identidade bracarense. Com este propósito definiu uma nova agenda, no sentido de desenvolver pontes e estimular interações com todas as instituições, organizações públicas e/ou empresariais que têm o património cultural de Braga como uma referência de atividade e motivação, envolvendo assim, a sociedade e todos os agentes nessa finalidade. Deste modo, a Fundação Bracara Augusta e o Museu D. Diogo de Sousa / Direção Regional de Cultura do Norte, com o apoio do jornal Diário do Minho, lançam no próximo dia 25 de novembro, pelas 18 horas, no Museu D. Diogo de Sousa, um ciclo de encontros com o património, intitulados, “à conversa… no museu”.
A presente iniciativa irá percorrer os museus e outros sítios monumentais de Braga, numa primeira fase, abrindo as portas das coleções e dando mostra dos trabalhos realizados. Numa segunda fase, as iniciativas incidirão sobre as lojas históricas, as ruas, as praças e as freguesias de Braga, com programa a apresentar nas próximas edições. Com este objetivo a Fundação Bracara Augusta pretende suscitar a reflexão, a divulgação e o debate sobre o património cultural do município de Braga e as suas diversas implicações, designadamente, na formação de públicos, na reabilitação urbana, no desenvolvimento comercial e turístico de Braga.
Na primeira de várias sessões organizadas no Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa dedicada às obras-primas da Coleção Bühler-Brockhaus irá ser destacado o magnífico busto do imperador César Augusto, generosamente doado por Hans-Peter Bühler e Marion Bühler Brockhaus. Trata-se de uma verdadeira obra prima da arte romana que assinala a perenidade e a omnipresença deste imperador e a integração das cidades na nova ordem romana. A beleza deste busto provoca emoção de quem tem o privilégio de o contemplar. Nas palavras do presidente da Fundação Bracara Augusta, Miguel Bandeira, defrontamo-nos com a relação intensa entre o longo tempo histórico e o poder comovente do virtuosismo da escultura. Dir-se-ia, enquanto uma expressão artística que busca, ainda que em vão, ilusão da eternidade.
Nas primeiras sessões organizadas pela Fundação Bracara Augusta em parceria com o Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, iremos ter a oportunidade de “viajar” no tempo a partir da sugestão das principais obras primas da coleção Bühler-Brockhaus, dialogando com os mestres e artistas da antiguidade greco-romana e de outras civilizações do mediterrâneo, e de terminar com uma alusão sobre as afinidades destas obras com o excecional legado romano que têm vindo a ser encontrado na cidade e no norte de Portugal, expostos na coleção permanente do Museu.