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23 Setembro, 2014

Exposição de Arte Indígena Australiana patente no GNRation até 30 Setembro

A Embaixada da Austrália, em colaboração com a InvestBraga e com o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Braga, apresenta a exposição de arte indígena australiana no edifício GNRation, em Braga. A exposição conta  16 peças de arte originárias da Oceânia e foi inaugurada com a presença da Embaixadora da Austrália em Portugal, Anne Plunkett.

A entrada na exposição, patente até ao dia 30 de Setembro, é livre.

Sinopse da Exposição

As ilhas do Estreito de Torres encontram-se espalhadas por uma área geográfica de 48.000 km², desde a ponta norte do Cabo York, na Austrália, às fronteiras da Papua Nova Guiné e Indonésia. A origem do seu nome provém do capitão Luís Vaz de Torres, que se crê ter nascido em Portugal (ou eventualmente na Galiza) por volta de 1565, e que, ao serviço da coroa espanhola, decobriu o Estreito em 1606, quando ia a caminho de Manila, nas Filipinas.

Os povos insulares do Estreito de Torres possuem características distintas dos povos aborígenes australianos, estando geneticamente ligados aos povos melanésios e da Papua Nova Guiné.

Contudo, à semelhança do que acontecia com a maioria dos povos aborígenes australianos, que não possuía uma linguagem escrita, a arte e cultura dos povos insulares do Estreito de Torres era, sobretudo transmitida através da narração de histórias e da dança, e presenciada por audiências limitadas, maioritariamente nativas.

Este património imaterial foi quase totalmente dizimado pelos missionários no final do séc XIX e apenas sobreviveu graças a um pequeno grupo de anciãos, que conseguiu manter a memória das histórias, cerimónias e outro material cultural e transmiti-la aos mais jovens.

Ao invés da maioria das expressões da arte ocidental, a arte indígena australiana não é concebida a partir de um tema perceptível, não se aplicando tão-pouco a ela a noção ocidental de estética, nem o desejo do artista de comunicar emoções, pensamentos, observações ou comentários de uma forma individual. Segundo a tradição indígena, um artista apenas está autorizado a retratar as imagens e as histórias às quais tem direito pelo nascimento, descrevendo imagens enraízadas no conceito conhecido como “Sonho” (Dreamtime ou Dreaming), que se refere a uma era sagrada em que os espíritos ancestrais criaram o mundo e constitui um elo com os seus antepassados.

Actualmente, artistas como Alick Tipoti, Glen Mackie, Joel Sam, Solomon Booth e Victor Motlop expressam de forma mais gráfica a cultura dos seus antepassados e conseguiram despertar o interesse internacional na arte dos seus povos. Recorrendo a técnicas modernas, narram lendas e mitos das suas tribos, nas quais predomina uma forte ligação ao mar, combinando um sólido sentido pictórico com o uso apurado de cores e texturas. Os seus trabalhos são considerados dos mais imaginativos e estilisticamente entusiasmantes de entre a arte indígena australiana contemporânea, tendo alcançado visibilidade além-fronteiras, graças à participação em várias mostras e eventos internacionais, trabalhos comissionados por instituições de renome e importantes distinções recebidas.

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